Ora bem, estou aqui deitado na minha cama, no meu quarto, na minha casa, na minha cidade a escrever por primeira vez um post, muito bem tapadinho ao quente a beber um chá; e o vento e a chuva lá fora estão a dar-lhe com uma força brutal. Estando eu tão sossegado e cómodo não poderia arranjar melhor tema acerca do qual verborrear...A Porrada!!! Começo a encarar a dita, como uma coreografia desenvolta, pitoresca e arcaica que tem como palco, os diferentes locais de diversão nocturna mirandeses, nos sábados à noite...é bom que cheguem por volta das 2 da manhã, para não perderem pitada do espectáculo...Normalmente tudo começa, com uma grande ingestão de bebidas alcoolizadas o que provoca em determinados "artistas" uma desenvoltura de movimentos bruscos e mal axanatados, para poderem expressar o estado de alma que uma ou várias músicas lhes provocam. Como o palco é partilhado não raras vezes por mais que um artista, dá-se o extraordinário fenómeno de que dois, são demasiados para um espaço tão restrito, assim gera-se uma total dessincronia de passos de bailado o que provoca um empurrão, um tropeção, uma queimadela de cigarro (este é o passo mais dificil de executar com total maestria) ou um arramar de bebidas, o que leva ao inicio do segundo acto, que é a troca de palavras; é de salientar que durante este acto é proferida linguagem verbal e gestual não aconselhavél a crianças ou jovens adolescentes ainda em formação...os "artistas" tentam por todos os meios destabilizar o rival através de alguns impropérios e outras coisas que tais; quando a imaginação começa a escassear, passa-se ao terceiro acto: A Porrada (aviso: este acto normalmente divide-se por dois palcos diferentes; o primeiro é no interior do estabelecimento de animação nocturna; o segundo é na rua, por isso convém que o espectador siga com alguma atenção o rumo dos acontecimentos de modo a arranjar sempre um bom local de visionamneto), que normalmente começa com apenas dois "artistas" mas que depressa se transforma numa complexa coreografia com a entrada em cena dos separadores, dos molha a sopa e dos gaijos que ninguém conhece de lado nenhum (caso haja oportunidade, mais tarde escreverei mais exaustivamente qual o papel de qualquer um destes actores secundários, mas que com o desenrolar da trama, muitas vezes se transformam em actores principais), é também de salientar que nesta fase, o espectáculo ganha uma dimensão interactiva, uma vez que é dada a oportunidade de qualquer espectador intervir, o que não é aconselhavél a pessoas portadoras de alguma deficiência fisica ou mental, ou que estejam a ser medicadas!!! Com o gasto calórico provocado por tamanho esforço fisico, dá-se por encerrado o terceiro acto...O quarto e último normalmente tem lugar ao balcão, com um copo de cerveja na mão,com todos os intervenientes, amigos e inimigos juntos, a celebrarem os seus feitos heróicos durante a batalha. Infelizmente neste acto o número de artistas já desceu consideravelmente uma vez que alguns deles têm que ir receber os respectivos cuidados médicos e outros correm a sete pés para casa, já com o corpo bem quentinho!! Dado por finalizado todo o espctáculo é a vez de entrar em cena a GNR, que normalmente aparece nesta altura para se inteirar, se houve ou não a necessidade da sua intervenção e ver se andam por ali algumas moçoilas jeitosas que tenham um fetishe por fardas e/ou bigodes...THE END
Respect!!!