Polémica no Museu...

Pela primeira vez, desde 1982 (ano da fundação por António Maria Mourinho), o museu Terras de Miranda terá uma direcção dissociada da família Mourinho, um nome incontornável da cultura mirandesa.
António Rodrigues Mourinho, conhecido por todos nós principalmente pelo cargo exercido enquanto director do Museu Terras de Miranda, deixou duras criticas ao Ministério da Cultura e ao Instituto Português dos Museus (IPM). Depois de 20 naquela instituição (19 como director), deixou o cargo a dois anos da reforma. No entanto, pôs em causa o concurso que ditou a sua substituição dizendo que "não foi conduzido da melhor forma". António Mourinho confessa-se magoado e queixa-se até de perseguição e desprezo alegando ter "mais currículo" que o seleccionado e acusando o IPM de querer "afastá-lo há já oito anos". Mourinho falou ainda de "falta de transparência, isenção e neutralidade" no concurso público aberto em Abril de 2006 e cujos resultados foram conhecidos em Dezembro.
Paulo Sérgio Jorjão será doravante o novo director do Museu Terras de Miranda, um jovem quadro da rede portuguesa de museus, seleccionado em concurso público entre nove candidatos, entre os quais se encontrava também o director cessante, António Rodrigues Mourinho.
O presidente do IPM, Manuel Oleiro, classificou as declarações do director cessante de “absolutamente lamentáveis e graves, pelo tom utilizado para se referir à questão do concurso”. “Há falsidades e são proferidos comentários injuriosos ao IPM e ao júri do concurso” e admite agir judicialmente contra António Rodrigues Mourinho.
O certo é que numa altura em ruiu uma pequena parte do telhado do edíficio do museu, e numa altura em que o governo pretende passar a direcção dos museus para as autarquias, toda esta polémica não vem em nada contribuir para que se resolvam estes problemas, mas devemos ter em atenção que o museu Terras de Miranda reúne um espólio de enorme valor que retrata a cultura mirandes. Lá estão reunidas as obras, artigos, peças, trajes e outros documentos que reflectem a nossa singularidade e identidade enquanto mirandeses.