A nostalgia...

Numa destas noites passadas entre um copo e dois dedos de conversa com aqueles que nos são mais chegados, num bar da nossa cidade de Miranda do Douro, recordamos velhas brincadeiras e velhos usos que desapareceram do quotidiano da nossa cidade, e em particular dos nossos mais jovens mirandeses. Os tempos vão evoluindo e as brincadeiras também. Falta saber se para melhor ou não, mas não é disso que se trata este post. Trata sim de fazer lembrar o modo como se vivia não há muito tempo em Miranda do Douro, de como eram as nossas brincadeiras... E palavra puxa palavra, nessa noite, lá fomos recordando os tempos em que o espeto, o peão, os berlindes ou as corridas de caricas nos faziam passar bons momentos. Também havia o esconde-esconde, a tinha, o esconde-esconde da lata, da bola, etc... Havia também a bilharda (que se jogava mais na Terronha que na cidade), os paraquedistas que se faziam com um saco das compras, uns fios e uma mola (ou por vezes um soldadinho de plástico...). As sessões (já mais tarde) de caça ao pardal, pintassilgo, pomba, candeeiro, etc com pressão de ar... O tocar ás campainhas e fugir para não sermos apanhados. E os torneios que se organizavam entre os bairros. Recordo-me que a Santa Luzia recebia os visitantes no Vilarinho, a Terronha era no Vale e a cidade jogava no campo de 5 onde está agora o Trinu's. E toda esta conversa começou por alguém comentar que já não se vê ninguém na rua a dar uns pontapés numa bola. Aqui há um bom par de anos o futebol na rua era o pão nosso de cada dia e só terminava quando ao longe se ouvia pela terceira ou quarta vez o chamamento para jantar... Os tempos estão diferentes e hoje é raro o petiz que não tem uma consola de jogos ou um computador para jogar (e se não tiver tem o vizinho!). Mas é bom relembrar esses tempos não tão distantes quanto isso, porque como diz o poeta (não sei qual): recordar é viver!