Festival Intercéltico - previsão - 1º dia...

Na primeira noite do festival intercéltico sobem ao palco principal os portugueses Mu, os madrilenos La Bruja Gata e o muito esperado galego Xosé Manuel Budiño. Os Mu que foram uma das revelações de 2004 no campo da música folk portuguesa, vão estar presentes na vila de Sendim pela segunda vez, como prémio por terem vencido o Arribas Folk nesta mesma localidade. Usam uma grande variedade de instrumentos dos quais destaco o didgeridoo e o osgafone, e estão a apresentar o seu primeiro trabalho discográfico. Pelas 23 horas sobe a este mesmo palco o agrupamento La Bruja Gata e que é eventualmente o grupo (sexteto) mais difícil de definir e mesmo de ser enquadrado num determinado estilo musical... Parte dos seus elementos têm formação clássica e usam os seus profundos conhecimentos musicais ao serviço de uma sonoridade mundial, uma vez que a sua inspiração vem da música tradicional de Espanha, mas também dos balcãs, dos países nórdicos e até mesmo de outros continentes. Destaco os "sopros" de José Ramón Jimenez, a sanfona de Rafa Martin (La Musgaña) e o acordeão de Javier Palancar (n.a. - que não é do Palancar). Vêm ao Intercéltico na ressaca do seu último álbum de nome Baile de Libélulas (2004). Finalmente, e na hora mais sui generis (meia-noite), chega o momento mais esperado da noite e possivelmente de todo o festival. O palco Sons da Terra no parque das Eiras vai assistir a uma actuação do gaiteiro galego Xosé Manuel Budiño. De referir como curiosidade que antes de iniciar a carreira a solo, tocou no Grupo Didáctico Musical do Obradoiro, do qual faziam parte nomes consagrados hoje em dia como Anxo Pintos e o grande Carlos Nuñez. Ele não recria tradições, nem tão pouco as reinterpreta mas cria a partir delas como artista inconformado que é. Zume de Terra é o seu mais recente álbum, sendo o terceiro do seu historial (o primeiro inteiramente produzido, arranjos, composição e gravação por ele próprio). A presença de Xosé Manuel Budiño na 6ª edição do festival intercéltico (com a sua banda), constitui uma oportunidade única para melhor nos apercebermos dos novos desafios que se colocam a todos os gaiteiros da mais recente geração: como conjugar a tradição com a modernidade e como criar a partir das tradições existentes alargando assim o leque de opções e tendo mais liberdade criativa para as suas interpretações.
Por isso apareçam, divirtam-se e aproveitem este festival que é do que melhor se faz no planalto mirandês. Voltarei com apreciação ao segundo e terceiro dia...

P.S. - Aqui vos deixo a faixa número 2 de Zume de Terra e que tem por nome Galo Galán.